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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

ONZE MIL LUTERANOS VOLTAM PARA A IGREJA CATÓLICA


A Reforma foi um erro trágico, afirma reverendo Gladfelter, metropolita do ALCC   


"A Igreja Católica Anglo-Luterana é a única com raízes luteranas e poderia considerar-se o primeiro passo pra a volta ao redil católico dos herdeiros de Lutero. "




Histórico: 11 mil Luteranos voltam à Igreja Católica. A Reforma foi um «trágico erro de pro­porções épicas que nunca devia ter acontecido».

O Arcebispo Irl A. Gladfelter preside uma das confissões cristãs que planejam voltar ao catolicismo nos ordinariatos criados por Bento XVI. A Igreja Católica Anglo-Luterana é a única com raízes lute­ranas e poderia considerar-se o primeiro passo pra a volta ao redil católico dos herdeiros de Lute­ro.




Reverendo Irl A. Gladfelter, Metropolita da Igreja Católica Anglo-Luterana (ALCC), o se­nhor é bió­logo, Doutor em Cirurgia Dental, tenente-coronel reformado do exército ameri­cano, Doutor em Teo­logia e Metropolita da ALCC. Como encontrou tempo para tantas coi­sas?

Não foi um problema. Só me tornei clérigo depois de ser reformado pelo Exército dos Es­tados Uni­dos e como dentista.

Quando foi fundada a ALCC? Por que a combinação de anglicanismo e luteranismo?

A ALCC foi formada em 1997 por antigos membros da Igreja Luterana – Sínodo de Mis­souri dos Estados Unidos (LCMS), os quais, por serem luteranos orientados ao catolicis­mo ou “Evangélicos Católicos” (também conhecidos como a “igreja alta”), não podiam aceitar a orientação cada vez mais protestante da LCMS e sua aceitação crescente da teo­logia evangélica fundamentalista, jun­to com alguns aspectos da soteriologia e da teolo­gia sacramental que haviam sido importados do Calvinismo por vários meios já na sua fundação e a aceitação cada vez maior de serviços evangé­licos não litúrgicos. Nossos fundadores também faziam reparos à teologia sacramental da LCMS, à sua política con­gregacional, a suas ideias sobre a natureza e o exercício da autoridade dentro da Igreja e à sua compreensão das Ordens Sagradas (o “ofício do ministério público”, segundo a lin­guagem que utilizam). Inicialmente, a ALCC adotou as posturas da ala “anglo-católica” do angli­canismo (ou anglicanismo da “igreja alta”). Ao longo do tempo, embora respeitásse­mos as rela­ções que haviam sido estabelecidas com o anglicanismo da “igreja alta”, a ALCC encontrou tam­bém problemas com o anglicanismo, incluindo sua recusa da prima­zia papal, da infalibilidade pa­pal, da infalibilidade do Sagrado Magistério e dos Concílios posteriores aos quatro primeiros Con­cílios Ecumênicos, além de sua tolerância de alguns graus de teologia eucarística de tipo protes­tante, que podem ser encontrados na Oração Eucarística do Livro de Oração Comum, entre outros problemas. Finalmente, a ALCC che­gou a reconhecer a verdade absoluta da fé católica e se deu conta de que tinha a obriga­ção em consciência de voltar a Roma. Descreveu-se recentemente a Igreja Católica An­glo-Luterana (ALCC) como “totalmente romanizada” e como uma Igreja que “ensina a doutrina católica sólida, utilizando um vocabulário luterano e anglicano, corrigindo este úl­timo com o primeiro”. Ambos comentários são acertados e precisos. Em essência, a ALCC se “romanizou” totalmente, aceitando com entusiasmo a verdade objetiva de todos os as­pectos da fé católica.

Foi importante para os senhores a declaração conjunta católica e luterana sobre a justifi­cação (1997)?

Sim. Para a ALCC, a Declaração conjunta católica e luterana sobre a doutrina da justifica­ção decidiu de uma vez para sempre o assunto fundamental da fase de Wittenberg (lute­rana) da Reforma. Uma vez que esse assunto tenha sido resolvido, a ALCC se deu conta de que tinha a “obrigação em consciência” de entrar na Igreja Católica, marcando o cami­nho para que outras jurisdições eclesiásticas luteranas (igrejas) possam segui-la.

Quantos membros e paróquias tem aproximadamente a ALCC? Estão presentes somente nos Estados Unidos ou estão também em outros países?

O número total de membros da ALCC é de aproximadamente 11.000 pessoas, nos Esta­dos Unidos, Canadá, Alemanha, Sudão e no proximamente independente Sudão do Sul. O maior número corresponde a africanos sub-saharianos, a maioria dos quais são do Su­dão do Sul.

De onde vem a maioria de seus membros? Antes de ingressar na ALCC eram luteranos, anglicanos, católicos ou não cristãos?

A maioria de nossos membros não africanos entraram na ALCC procedentes de outras Igrejas luteranas, mas nossos membros sub-saharianos, tanto na África como nos Esta­dos Unidos e Canadá são antigos anglicanos.

Na Comunhão Anglicana, há algumas congregações religiosas anglo-católicas. Também os senhores têm religiosos na ALCC?

Sim, temos uma Prelazia Pessoa, a Ordem de Santo Ambrósio (O.S.A) e uma Sociedade Sacerdotal, a Sociedade Sacerdotal dos Servos do Bom Pastor. A regra e a espiritualidade de ambas se parecem muito com as da Opus Dei. O Vigário Geral da ALCC e eu somos, com grande entusiasmo, Cooperadores da Opus Dei. Alguns de nossos bispos são membros da Confraternidade de São Pedro, dirigida pela Fraternidade Sacerdotal de São Pedro (FSSP), uma sociedade católica.


Ingressarão no ordinariato dos Estados Unidos quando for criado, no final deste ano?

Sim, porque é o que a Congregação para a Doutrina da Fé nos disse que façamos, mas a última palavra será da própria Congregação. Vimos trabalhando com eles desde 2009. Do ponto de vista da ALCC, trata-se de um tema de obediência à Congregação para a Doutri­na da Fé.

Em nossa petição a Roma para entrar na Igreja Católica (antes da promulgação da Angli­canorum Coetibus) não mencionamos um ordinariato, já que ainda não havia sido publica­da a Constituição Apostólica. Por conselho de nosso advogado católico de Direito Canôni­co, a ALCC pediu apenas para entrar como “sociedade sacerdotal” ou da forma que dis­pusesse o Santo Padre. Nossa petição terminava com a frase: “O filho pródigo voltou e está à porta. Santo Padre, por favor, deixe-nos entrar”. A ALCC nunca pediu mais que isto. Está à porta e roga que a deixem voltar para casa.

Entretanto, quando no outono de 2010 recebemos uma carta do Secretário da CDF notifi­cando-nos que deveríamos entrar na Igreja Católica através das disposições da Anglica­norum Coetibus, por obediência aos desejos do Santo Padre e da CDF, a ALCC aceitou imediatamente estas instruções por escrito. Assim, portanto, atualmente a ALCC espera pacientemente e roga ao Senhor e a sua Bendita Mãe, Maria, que nos permita voltar para casa, a Igreja Católica, seja através daAnglicanorum Coetibus seja por outro meio.

Todos os membros da ALCC se farão católicos ou alguns decidiram esperar ou passar para outros grupos anglicanos ou luteranos?

Todos os membros da ALCC se farão católicos. A diferença de algumas Igrejas Anglica­nas, a ALCC não tem “posturas inamovíveis” A ALCC não está interessada em absoluto em “preservar um patrimônio”. Ao contrário, trata-se de uma Igreja profundamente “roma­nizada”, que trabalha com todas as suas forças para “desfazer” a Reforma, porque consi­dera que foi um trágico erro de proporções épicas, que nunca devia ter acontecido, e pro­cura restaurar a unidade da Igreja segundo os critérios da Igreja Católica. A ALCC não pede para preservar um “patrimônio luterano”. A diferença do patrimônio anglicano, o pa­trimônio luterano é essencialmente teológico e, ao ter compreendido plenamente as here­sias do luteranismo e ao ter aceitado a fé católica, a única coisa que pede e por que reza a ALCC é que se lhe permita “voltar para casa” e entrar na Igreja Católica, como filhos pródigos arrependidos. A única coisa que queremos é nos dissolvermos na Igreja Católi­ca, como católicos normais. Faz tempo que a ALCC tem como política não admitir mem­bros nem aceitar clérigos que não estejam plenamente comprometidos com a causa da unidade da Igreja de Cristo, sanando as feridas que infligiram a essa unidade o orgulho humano e as heresias dos líderes da Reforma protestante. Todos os membros da ALCC devem estar comprometidos em desfazer a Reforma.

Todos os clérigos da ALCC, desde o Metropolita até o último diácono permanente devem assinar uma versão adaptada do Mandato da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, o qual estabelece que “se comprometem a ensinar a doutrina católica e não pregarão, en­sinarão, escreverão nem publicarão nada que entre em conflito com o magistério católico”. Este compromisso se controla e se faz cumprir estritamente. Já aconteceu de al­gum sacerdote ter sido destituído de seu cargo, permitindo-lhe escolher entre sua demis­são e a excomunhão, por não cumprir o Mandato da ALCC.

Será um problema para os membros da ALCC a necessidade de aceitar o Catecismo da Igreja Católica, como expressão normativa de fé para os ordinariatos? Que textos utilizam atualmente para catequizar as crianças e os adultos?

Absolutamente. Há anos a ALCC aceitou oficialmente o Catecismo da Igreja Católica como nossa expressão completa da fé cristã. Catequizamos as crianças e os adultos usando o Catecismo da Igreja Católica, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica da Conferência Episcopal norteamericana, Fé para o futuro: Um novo catecismo ilustrado, publicado pela Liguori Press; o Compêndio de Doutrina Social da Igreja da Conferência Episcopal norteamericana e outros textos católicos unicamente. Para a catequese geral e o estudo, a ALCC usa a Bíblia de Navarra, publicada pela Scepter Press; a New American Bible e a Bíblia Católica de Estudo da Ignatius Press. A ALCC não permite o uso de qual­quer catecismo luterano nem de outros catecismos protestantes.

Quais são as principais dificuldades encontradas até agora?

Toda organização nova tem “crise de crescimento” e a ALCC não é uma exceção. Sempre há lugar para melhorar e para formas de desenvolver nossos apostolados de forma mais eficaz. Entretanto, estamos muito bem, levando em conta que a ALCC foi fundada em 1997. A maior preocupação da ALCC, com muita diferença, consiste em conseguir seu ob­jetivo de converter-se na primeira jurisdição eclesiástica luterana que volta à Igreja Católi­ca como grupo unificado desde o final da Contra-reforma.

Uma vez que ingressem num ordinariato, o senhor e os demais bispos e sacerdotes da ALCC terão de ser ordenados como diáconos e sacerdotes católicos. É algo difícil de se aceitar?

Não, em absoluto. Alegramo-nos disto, porque eliminará a possibilidade de qualquer con­fusão entre os fiéis católicos sobre a validade de nossa ordenação de nossos sacramen­tos.

Sempre existiu um setor “católico” entre os luteranos?

Sim, certamente. A tal setor foi dado muitos nomes: Gneiso-luteranos (luteranos originais), Velhos-luteranos, Luteranos Romanizados e, nos últimos anos, “Católicos Evangélicos”. A ALCC está simplesmente no extremo mais católico desta tradição.

Há outros grupos de luteranos que estão relativamente próximos da Igreja Católica?

Na Suécia existe o movimento Arbetsgemenskapen Kyrklig Förnyelse (União Eclesial Sue­ca) e outras sociedade menores. Há comunidades monásticas, como o Mosteiro de Östanbäck (um mosteiro beneditino), o convento de Alsike e a Congregação de São Fran­cisco, a Fundação de São Lourenço, a Fundação de Santo Oscar, a Coalizão Eclesial pela Bíblia e a pela Confissão e a Förbundet För Kristen Enhet, que como a ALCC traba­lha para conseguir a união visível e como grupo com a Igreja Católica.

Na Alemanha existe a St. Jakobus- Bruderschaft, com a qual a ALCC permanece em con­tato, a Arbeitsgemeinschaft Kirchliche Erneuerung (Grupo de Trabalho para a Renovação da Igreja) da Igreja Luterana da Baviera, Humiliatenorden, St. Athanasius-Bruderschaft,Hochkirchlicher Apostolat St. Ansgar, Bekenntnisbruderschaft St. Peter und Paul, a Kommunität St. Michael en Cottbus, a Congregatio Canonicorum Sancti Augustini e o Priorado de São Wigberto.

Há grupos similares na Noruega, Dinamarca, Finlândia e Islândia.

O senhor crê que se formará algum tipo de ordinariato para os luteranos no futuro?

Quer se trate de um ordinariato ou de alguma outra estrutura mais simples e menos polê­mica para estabelecer e integrar na Igreja segundo o Direito Canônico, como uma “socie­dade sacerdotal” ou um “instituto de vida apostólica”, creio que se formará algum tipo de estrutura para que os luteranos de todos os países possam voltar à Igreja Católica. Há de se reconhecer: a Igreja Católica, e em geral o cristianismo, estão sendo atacados atual­mente. As comunidades eclesiais como os anglicanos e luteranos se dividem ainda mais sob os ataques do ateísmo, do agnosticismo, da filosofia pós-moderna e das teologias he­réticas de tipo liberal. A Igreja não pode se permitir o enfrentamento a essas e outras ameaças em seu estado dividido atual. É hora de os luteranos e outras comunidades eclesiais voltarem à Igreja Católica, para que lhe resulte mais fácil derrotar estas ameaças e realizar a Nova Evangelização promovida pelo Papa Bento XVI e outras pessoas! É hora de recuperar a unidade da Igreja de Cristo! Os luteranos devem se dar conta de que voltar à Igreja Católica não é algo bom, é estupendo. No Getsêmani, Jesus orou para que seus discípulos fossem um, como Ele e o Pai são um, assim a união com a Igreja Católica não é algo “bom”, mas algo “estupendo”, porque Jesus o pediu em sua oração e o orde­nou (não o “sugeriu” simplesmente). Os luteranos devem voltar à Igreja Católica porque é o correto, é o único caminho correto.

Em sua homilia de vésperas, na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, em São Paulo Extramuros, em Roma, 25 de janeiro de 2011, o Papa Bento XVI afirmou: “Os esfor­ços para recuperar a unidade entre os cristãos divididos não podem reduzir-se simples­mente a reconhecer nossas diferenças recíprocas e a conseguir uma coexistência pacífi­ca. O que desejamos é a unidade pela qual orou o mesmo Cristo e que, por sua própria natureza, se manifesta numa comunhão de fé, de sacramentos e de ministério. O cami­nho para esta unidade deve ser percebido como um imperativo moral, uma resposta a um chamado específico do Senhor… Devemos continuar com entusiasmo o caminho para este objetivo”. Isto é exatamente o que pretende fazer a ALCC ao esforçar-se para entrar na Igreja Católica como grupo unificado.

Se se criasse um ordinariato para luteranos no futuro, os senhores deixariam o ordinariato anglo-católico para integrar-se nele?

Certamente, estaríamos interessados e colaboraríamos com qualquer futuro ordinariato luterano ou estruturas alternativas segundo o Direito Canônico atual, mas faremos exata­mente o que nos pedirem a Congregação para a Doutrina da Fé e o Santo Padre. Além do mais, os membros da ALCC só queremos converter-nos em católicos normais, como to­dos os outros, e nos injetar de forma segura no “centro” teológico e social da Igreja Católi­ca. Ficaremos contentes em “florescer” onde quer que o Santo Padre e a CDF nos “plan­tem” dentro da Igreja Católica.

O senhor crê que sua união com a Igreja Católica influenciará outros luteranos?

Sem dúvida. Faz alguns anos o Pe. Richard John Nieuhaus, um pastor luterano dos Esta­dos Unidos que se converteu ao catolicismo e foi ordenado como sacerdote católico (e era o editor da revista norteamericana First Things), escreveu que enquanto ele apenas podia perceber movimentos de luteranos para a Igreja Católica, algum dia uma Igreja Lu­terana “dará um passo adiante e então nada voltará a ser igual”. Esperamos e rezamos para que a Igreja Católica Anglo-Luterana seja a Igreja que dará este passo adiante e que isso leve muitos luteranos a abandonar as heresias da Reforma e voltem à fé católica; que se aproxime este bendito dia no qual a oração de Cristo no Getsêmani para que todos seus discípulos sejam um seja de novo uma realidade, em uma só Igreja sob Cristo e seu Vigário nesta terral, o Sucessor de São Pedro. Até este dia, a ALCC terá muito presentes dois lemas usados por nossa Igrejas: (1) “Voltar à unidade do Corpo de Cristo, Igreja por Igreja”, e (2) o lema do escudo papal de São Pio X, “renovar todas as coisas em Cristo”.

Muito obrigado por suas respostas. Espero que tenhamos a oportunidade de entrevistá-lo de novo quando o senhor for um membro do ordinariato.


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